The island of missing trees

Estamos em 1974 na ilha de Chipre. Dois adolescentes, de lados opostos de uma terra dividida, encontram-se numa taberna na cidade a que ambos chamam casa. A taberna é o único sítio onde Kostas, grego e cristão, e Defne, turca e muçulmana, se podem encontrar, em segredo, escondidos debaixo das vigas enegrecidas de onde pendem grinaldas de alho, malaguetas e ervas silvestres. É aqui que se encontra a melhor comida da cidade, a melhor música, o melhor vinho. Mas o lugar tem algo mais: faz esquecer, mesmo que por algumas horas, o mundo lá fora e as suas tristezas desmedidas.

No centro da taberna, a crescer através de uma cavidade no teto, há uma figueira. Esta árvore testemunhará os seus encontros silenciosos e felizes, as suas partidas silenciosas e sub-reptícias; e a árvore estará lá quando a guerra rebentar, quando a capital for reduzida a escombros, quando os adolescentes desaparecerem e se separarem.

Décadas mais tarde, no norte de Londres, Ada Kazantzakis, de dezasseis anos, nunca visitou a ilha onde os seus pais nasceram. Desesperada por respostas, ela procura desvendar anos de segredos, separação e silêncio. A única ligação que tem à terra dos seus antepassados é uma Ficus Carica que cresce no jardim das traseiras da sua casa.

Em The Island of Missing Trees, a premiada autora Elif Shafak traz-nos uma história rica e mágica sobre pertença e identidade, amor e trauma, memória e amnésia, destruição da natureza induzida pelo homem e, finalmente, renovação.