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No Fédon, de Platão, assistimos às horas finais do filósofo Sócrates. Condenado a uma dose mortal de cicuta antes do cair da noite, Sócrates escolhe passar o seu último dia em diálogo com os seus discípulos. Debate-se o conceito de conhecimento como reminiscência das ideias, mas o tema central do diálogo é a imortalidade da alma e o consequente dever do homem de viver virtuosamente, para que após a sua morte a alma possa transitar para um sítio bom. Demonstrados os seus pontos, Sócrates banha-se, para que o seu corpo não tenha de ser limpo post mortem e, apesar de antes da hora preceituada, toma a cicuta: sente-se pronto e seria ignominioso arrastar o momento.
O objectivo da filosofia de preparar o homem para a morte é por excelência encarnado em Sócrates, que parte em serena dignidade após uma vida dedicada à busca pelo conhecimento.