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Um dos mais ignorados episódios da História da Primeira República, relacionado com o culto da árvore e as obscuras guerras que lhe advieram, inspirou a nova obra de Pedro Foyos, Jardim República, agora lançado pela Editorial Hespéria. Este é um daqueles raríssimos livros prismáticos onde o leitor encontra, sobre um mesmo tema, visões em géneros literariamente díspares: a ficção fantástica e a divulgação histórica, rigorosa e documentada. Após uma alegoria inicial em torno dos actos de alucinado extermínio cometidos à noite sobre as árvores plantadas de manhã por crianças de todo o país, assiste-se a uma rebelião das "vítimas" (plantas de todo o género e espécies), culminando numa autêntica batalha campal da qual saem derrotados os malfeitores humanos. Na segunda parte da obra, Pedro Foyos descreve como nasceu e cresceu o culto da árvore naquele período histórico, o estigma maçónico, os ódios que extravasaram, a guerra exortada pelos sectores mais hostis ao novo regime e o fogo cruzado na imprensa. Desfilam de permeio algumas das figuras centrais da Primeira República que foram igualmente personalidades-chave do culto da árvore no tempo da "educação patriótica" e do "amor à terra, à paisagem portuguesa". Jardim República, numa edição inteiramente a cores, é ilustrada com numerosos registos iconográficos da época. A parte ficcional da obra inclui também ilustrações originais de Isabel Lobinho (aguarelas) e Armando Cardoso (fotografia e arte digital)..