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O segundo livro da trilogia A Dança de Pedra do Camaleão retoma os acontecimentos do final do volume inicial. Carnelian e Osidian - o Imperador Deus eleito - adormecidos no paradisíaco Jardim Proibido do Yden, são drogados, raptados e colocados em urnas funerárias. Osidian, traído pela própria mãe, Ycoriana, em favor do seu gémeo Molochite, e o companheiro serão salvos mas feitos prisioneiros pelas tribos do Céu da Terra.
Para entender plenamente a trama deste livro urge contudo ter lido o primeiro volume da saga, porque aquilo que Ricardo Pinto faz é prosseguir a complexa construção de um mundo ficcional alicerçado em pressupostos de uma notável consistência. Em Os Escolhidos, o enredo decorre nos territórios estritamente reservados à casta dominante, a elite que a si própria se designa divina e cujas leis são implacáveis e cruéis.
Os Guardiães dos Mortos é de certa forma o reverso do primeiro livro, criando com a mesma acuidade o tumultuoso mundo dos que vivem fora das muralhas daquele universo esplendoroso. E é com base numa visão verdadeiramente antropológica que Ricardo Pinto nos revela o modo de vida destes «bárbaros» que têm a sua própria organização social, a sua identidade, um modo radicalmente outro de encarar o ambiente e as estruturas do poder.
Face aos novos desafios, cresce entretanto o antagonismo entre os dois rapazes: Carnelian aprende a compreender os costumes da tribo que os acolhe, Osidian congemina sombriamente a vingança, tirando partido de manipulações destinadas a corromper e dividir os Homens da Planície em proveito próprio.
Os Guardiães dos Mortos, o segundo momento desta saga, conserva toda a força narrativa que lhe conhecemos no primeiro volume, assegurando a Ricardo Pinto o lugar único que já conquistou na fantasia épica, como autor de algo que «permanece na memória como um sonho estranho e perturbador».
Exemplar nunca lido