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As aprendizagens políticas e cívicas de um jovem idealista — e da sua geração — durante o Estado Novo.
Recuando à juventude e à idade mítico-poética dos 20 anos, Fernando Pereira Marques conta, na primeira pessoa, a história de um «jeune homme seul» — como diria Roger Vailland — que serve também de testemunho e retrato de um país, de um tempo e de uma geração.
A Arte de Ser Português é um livro que, sem ser um trabalho académico, foi moldado por uma rigorosa investigação autobiográfica e historiográfica, percorrendo tanto as memórias mais pessoais — os tempos de estudante, a partida de amigos para a guerra, os livros e a formação de uma consciência política, os laços criados na prisão — como outras que se ligam inevitavelmente ao património colectivo do país — a experiência da emigração, o Maio de 68, a tentativa de ocupação da Covilhã pela LUAR, a fuga de Palma Inácio (Maio de 1969), os métodos da PIDE e a reconstituição do dia-a-dia em Caxias e em Peniche.
Apesar das ilusões perdidas, e sem arrogar papel de vítima ou herói, o autor recorda aqui uma geração de homens e mulheres movida por ideais e por uma visão generosa do mundo que, apesar de tudo, continua fiel a esse querer.