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Durante a Idade Moderna, entre os séculos XV e XVIII, o documento de identidade que distinguia aqueles que detinham a cultura de todos os demais era definido pela genealogia. Os nobres concentravam o saber comer, vestir-se, portar-se em público; tinham, ao mesmo tempo, o privilégio de usufruir e o dever de exemplificar um estilo de vida civilizado, que desenvolveu em oposição aos hábitos "bárbaros" da Idade Média. O sangue deixou de determinar a posse da distinção social com a Revolução Industrial. A capacidade de consumo passou a ser o signo de uma nova nobreza formada por aqueles que adquiriam, viviam e formatavam a cultura num espaço urbano em transformação para atender às novas necessidades, com parques de diversões, lojas de departamentos, ateliês de alta-costura, restaurantes, hotéis, teatros, galerias de arte. Uma cidade feita para o passeio, o comércio e o entretenimento.
Mais do que mostrar, com fatos curiosos e rigor histórico, como os últimos séculos viram surgir e consolidaram os campos do turismo, da hotelaria, da gastronomia, dos eventos e do lazer comtenporâneos, esta coletânia explica como e por que, do mundo da arte ao do vinho, da produção de moda às convenções amorosas, tudo é perpassado e modificado pela sociedade de consumo.