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Nascido em Maio de 1455, D. João é filho de D. Afonso V e de sua mulher, D. Isabel de Urgel. Pelo lado paterno, é neto de D. Duarte. Neto e sobrinho-neto da chamada «Geração de Avis», casa com sua prima D. Leonor, filha do infante D. Fernando, irmão de D. Afonso V.
Embora tenha governado relativamente pouco tempo (entre 1481 e 1495), D. João II ocupa um lugar fundamental na história portuguesa da transição dos tempos medievais para os modernos. Analisados de perto, comprova-se terem sido anos pouco pacíficos, com graves conflitos internos e externos, que chegam mesmo a dividir a própria família real. Os êxitos de algumas expedições marítimas e das negociações diplomáticas com elas relacionadas não devem, no entanto, fazer-nos esquecer que, no plano da política interna, com o inesperado falecimento do herdeiro D. Afonso, D. João II acaba por se encontrar numa situação sem saída.
De qualquer modo, o rei tem uma imagem bem enraizada na recordação dos Portugueses. Os contornos desta imagem nem sempre coincidem totalmente com a realidade, mas resultam de rasgos e de circunstâncias que, relacionados com a sua figura, têm razão de ser. Além disso, alguns dos problemas que o monarca tem de enfrentar, pela sua dimensão e implicações, correspondem a vetores fulcrais da nossa experiência coletiva, pelo que as soluções encontradas condicionarão por muito tempo a história posterior. Assim, compreende-se que D. João II seja, de facto, um dos nomes determinantes da memória lusitana.