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O nosso primeiro sentimento de identidade, ainda confuso e desenhando-se sobre um fundo de vivências e experiências mal definidas, que se amalgamam umas com as outras, é provavelmente o de sermos filhos de alguém. Filhos de dois seres que se nos apresentam no princípio de tudo, necessário e inevitável elo de ligação com tudo o mais. Isso os qualifica de uma maneira óbvia como pais, como origem, como explicação da existência do filho. Filho que não escolheu nem desejou ser, mas que se confronta com a experiência de existir, oferecida por aqueles que desejaram que nascesse. E que lhe oferecem o privilégio de ser amado incondicionalmente, tendo o direito de tudo esperar, mesmo antes de saber o que é o desejo. João Seabra Diniz
O «Complexo de Édipo» é o termo mais célebre com que Freud cunhou o vocabulário e o pensamento do século XX. O Compêndio de Psicanálise sublinha já este facto e estende as consequências a todo o género humano: «se a psicanálise tivesse apenas no seu activo a descoberta do complexo de Édipo recalcado, isto só seria suficiente para a situar entre as mais valiosas das novas aquisições do género humano».