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Um romance sobre família e amor, o envelhecimento, e a ocupação da memória pelas ausências de quem nos falta.
Esta é a história de Natalia, uma mulher muito velha, que passa os dias em casa, aguardando pacientemente os telefonemas da filha, que vive noutro país. Através de Natalia, conhecemos Vicente, o seu companheiro, que era professor e foi perseguido pela ditadura; Sarah, a sua melhor amiga, dona de um temperamento irascível e de uma loja de biscoitos; Jorge, um sem-abrigo que morava na mesma rua, lia cartas que adivinhavam o futuro e recebia em troca doses de Campari.
Viúva e última sobrevivente de um círculo de amigos, Natalia traz em si todos os seus humanos, como se fossem um álbum de desaparecidos. São estas companhias invisíveis que, agora, lhe povoam a casa e o espírito. A partir do amor, dos laços familiares e da amizade, dos equívocos e enganos, das saudades e ausências, Juliana Leite desenha um mapa antropomórfico que nos leva pelos símbolos da memória, pilar inabalável da nossa consciência e poderoso antídoto para o silêncio e a solidão.
Um romance de rara sensibilidade, sobre as coisas que acabam e tudo o que, apesar disso, permanece.
CRÍTICAS
«Juliana Leite escreve sobre velhice e morte com a alegria de uma menina descobrindo a vida. Humanos exemplares fala dos dias perigosos e incompreensíveis que atravessamos em conjunto; fala de reclusão, de sombra, e da confusa gestão do amor entre pais e filhos, sem jamais perder a luz, a lucidez e o bom humor.»
José Eduardo Agualusa