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Deixaram-me a vagabundear pela biblioteca e tomei de assalto o conhecimento humano. Foi isso que fez de mim o que sou.
Jean-Paul Sartre era uma criança de colo quando o pai morreu. Esse acontecimento, considera, moldou definitivamente a sua vida: se a mãe se viu acorrentada ao triste papel de jovem viúva, ele cresceu livre, adorado por todos, acolhido em especial por um avô dedicado que lhe abriu as portas da sua biblioteca e o convidou a explorá-la. «Comecei a minha vida como provavelmente a irei terminar: no meio dos livros», lemos nestas páginas dadas à estampa poucos meses antes de a Academia Sueca anunciar a atribuição a Sartre do Nobel da Literatura, em 1964. Evocando a França provinciana do período que antecedeu a Primeira Guerra Mundial e uma infância entregue a uma imaginação sem limites, alimentada pela leitura e pela descoberta da escrita, As Palavras é simultaneamente o retrato de um tempo, uma reflexão sobre o lugar dos livros e da linguagem na construção da experiência humana e uma brilhante autoanálise de um dos maiores pensadores do século xx.