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«Há exercícios para treinar a verdade, como, por exemplo, ter medo. Ou então ter fome. Depois restam exercícios para treinar a mentira: todos os grupos são isto, e todos os negócios. Estar apaixonado é outra forma de exercitar a verdade. Klaus comandava pela primeira vez os negócios da família. Não tinha medo, nem fome, nem estava apaixonado. Cada dia era, pois, um exercício novo da mentira. Já tinha feito a vida real (tinha-a feito como se faz uma construção, algo material), agora começara o jogo: ganhar mais dinheiro ou menos. Nada de essencial; mas a mentira interessante é aquela que quase parece verdade. Klaus sentia necessidade de transformar aquele jogo em algo fundamental. E faria isso até ao fim. Como fizera antes, na guerra e na prisão. Quase não via, aliás, diferenças nas três situações: era preciso ganhar ou não perder, e ele estava só. Eis tudo.»
Romance sobre a sobrevivência de um homem forte, Klaus Klump, no meio da guerra.