Este livro está na lista de favoritos de 1 utilizadores.
"Quero acreditar que já não estarias em casa por alturas em que cheguei mas não sei dizer. A verdade é que não te procurei. Mais uma vez. Penso que fiz as coisas do costume, penso hoje quando penso nisso que fiz as coisas do costume, terei deixado o sobretudo ao acaso, abri o frigorífico fechei abri uma outra vez, sem saber bem o que procuro, acontece-me quase sempre. As coisas do costume. Vagueei sem saber bem, o sobretudo caído alguém há-de arrumar, tu tratas disso. Do frigorífico abro fecho abro outra vez, quero pouco, não sei que quero, deixei de beber prometi-te acho que te prometi, não sei que beba." Salvador, arquitecto, é casado com Mariana, professora. Os dois vivem num casa com três quartos vazios. Não têm filhos. O primeiro tem um irmão doente e mantém um ritual semanal com pai: encontram-se uma vez por semana para almoçar, sempre no mesmo restaurante. Mariana é orfã e tem 2 irmãs que vivem no Canadá com os seus esposos e filhos. Novembro 2005. Mariana partiu. Salvador está sozinho numa casa quieta. Uma leitura apaixonante.