Sê o primeiro a adicionar este livro aos favoritos!
Está-se numa aldeia esmagadoramente religiosa. Só que o respetivo povo, ainda não sabe que Madalena, vizinha e filha de uma feiticeira, será um dia a padroeira aldeã. Na qualidade de esposa de um filho de ricos, a futura padroeira traíu o matrimónio, quando se envolveu com um modesto cavador, conhecido por José. O povo que olha aos casamentos como gesto sagrado, entra por efeito em estado de choque. Ante escândalo assustador, revolta, indignação e um homem na forca, Madalena acha auxílio na igreja. Contudo, a infiel senhora, está agora dependente dos sofrimentos que virão. Porque daqui, até se converter em santa, a desgraçada vai passar pelos martírios óbvios, como ocorre com todo o humano, antes de alcançar o pódio da santidade. E por fim, Madalena tombará, talvez no lume de uma enorme fogueira. Para já, abdicando da vida carnal, a infiel mulher que se entrega de coração à vida religiosa, parte para um convento, deixando o amante sob mira de um demente pistoleitro, guarda-costas do abastado ex-marido. Mas, a cegueira amorosa converte o José num ateu revoltoso, que odiando a igreja, bem como o padre e sacristão, promete até conflitos com o demente carabineiro. Porém, num dia de festa religiosa, o maldito e bondoso José protagoniza um ato, que aportando-se até de um caráter divino, acaba por criar confusão e dúvidas na aldeia, devido à sua condição de homem ateu. O povo vai agir, sem se saber como. Se o perdão prevalecer, como valor cultivado pela Fé que guia a gente aldeã, o José ganhará um galardão. Se o ódio sobrepor-se ao tal sentimento recomendado ao fiel, haverá ajustes de contas, por onde o sangue e a morte preconizarão tal acontecimento. Em todo o caso, este povo pacato ou ímpio, nunca será capaz de amputar os afetos que unem o José á santa Madalena. Advertindo-se entretanto, que por obra de mistérios ocorridos à posteriori, a filha da feiticeira, já supostamente queimada, será mesmo consagrada, como a padroeira da aldeia.