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[...] à arma da fome nos conflitos, a indiferença crescente da comunidade mundial relativamente aos dramas do Sul, desde o momento que estes não ameacem uma ordem internacional dominada pelas leis do mercado... Esta engrenagem arrisca-se a conduzir ao desaparecimento programado de milhares de seres, na sua maioria crianças, durante os próximos anos.
Face a este drama, o fatalismo que evoca o crescimento da população planetária ou a alegada limitação das reservas alimentares não é aceitável. Trata-se de falaciosos pretextos baseados em análises erróneas difundidas por toda uma corrente maltusiana preocupada em legitimar uma atitude de fechamento sobre si próprios dos países ricos. Países que passaram a ver o Sul como uma ameaça, adoptando políticas cada vez mais restritivas.
A terra, na verdade, poderia alimentar uma humanidade bem mais numerosa do que o é hoje em dia, se a fome deixasse de ser uma tragédia banalizada. Com provas na mão, sem precauções de linguagem, Sylvie Brunel insurge-se aqui contra esta resignação e este novo egoísmo que conduzem os países abastados a restringir a sua ajuda aos mais pobres. O futuro da humanidade depende efectivamente da forma como poderemos não apenas salvar estes países como também associá-los à marcha do mundo.