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A revelação de um grande escritor da Dinamarca
"A Astrid na amurada, de costas para a cidade. O vento levanta-lhe o cabelo castanho como uma bandeira esfiapada. Está de óculos escuros e sorri. Há uma afinidade perfeita entre a cidade e o branco dos dentes dela nesta fotografia que tirei há sete anos, pela tarde, num dos pequenos cacilheiros do Tejo. Só à distância se percebe por que se chama ‘cidade branca’ a Lisboa, quando as cores se misturam e as fachadas de azulejo se fundem em reflexos de sol; a luz baixa incide horizontalmente nas casa ao longe, que se erguem atrás umas das outras sobre o Terreiro do Paço, nas colinas do Bairro Alto e de Alfama, no outro lado do rio. Há um mês que partiu. Ainda não tive notícias dela."
Um amor juvenil sem saída, o encontro com Astrid, o casamento e os filhos, a vida mundana no seio da burguesia intelectual de Copenhaga, as viagens a Paris, Lisboa e Nova Iorque, tudo desagua de repente, com as suas sombras e silêncios, num presente difícil de aceitar.
Com este seu nono romance, traduzido já em numerosos países, Jens Christian Grøndahl (Copenhaga, 1959) confirmou-se como um dos mais importantes escritores dinamarqueses da sua geração.