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Estampa, 1996, 1ª EDIÇÃO, Esgotado
Falar ou escrever sobre o silêncio representa sempre um desafio. Um desafio e também um paradoxo que devemos assumir quando nos defrontamos com esta ferida que a escrita nunca cessa de deslocar e de reabrir. Ora, desde a sua infância, é justamente através da escrita do silêncio, através da outra face de si mesma, que a literatura medieval se pensa e se reflecte de forma privilegiada. Não se trata aqui do silêncio “mudo”, daquele que se instala como negação ou vazio de sentido, mas sim de um silêncio positivo, matricial e poético na plena acepção do termo: é o silêncio da espera, o silêncio que escande a linguagem e sem o qual nem a comunicação, nem o sentido seriam possíveis, o silêncio que precede uma resposta, o silêncio que traduz um não-saber, uma hesitação ou um consentimento.
Conforme as fotografias, o interior e exterior encontram-se em muito bom estado.