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Bertrand, n/d ESGOTADO
Tradução de António Barahona da Fonseca
Entre os Romenos, não se comemora o dia do nascimento, mas o do santo padroeiro. É esse o verdadeiro aniversário, que toma o nome de "festa onomástica". Para tal, é, todavia, indispensável ter por nome o nome de um santo do calendário. "É uma infelicidade chamar-me Virgílio", clama Gheorghiu desde os seus verdes anos, ao verificar que não existe qualquer São Virgílio. Então, para que as futuras crianças, com o mesmo nome, não fiquem privadas da sua festa onomástica, o jovem Gheorghiu, com a idade de sete anos, decide tornar-se santo. Para isso, falta-lhe, porém, um inimigo. Não tem nenhum, e o pai dissera-lhe que, para se atingir tal beatitude, é necessário amar os próprios inimigos. Surge, embora, o assassino de Jerusalém, que, à noite, assalta a casa, rouba o dinheiro pertencente à cooperativa comunal e fere gravemente seu pai. Foge. Passado pouco tempo, irrompe uma epidemia na aldeia. Gheorghiu, rapaz, é mandado para um povoado vizinho, para casa de um avô, onde, uma tarde, aparece a pedir refúgio o assassino de Jerusalém.
Neste belo livro - que não é um romance, mas uma absorvente narrativa autobiográfica -, Gheorghiu consegue um maravilhoso equilíbrio de expectativa, de poesia e de alta espiritualidade. Com o pretexto de narrar a sua infância, faz a apresentação do povo romeno; para relatar a aventura de seu pai e o atentado de que este foi vítima, constrói um romance policial. Por fim, ao desvendar-nos a sua fé de menino camponês, conduz-nos pelos sacros caminhos da ortodoxia, povoados de ícones e símbolos "A Infelicidade de me Chamar Virgílio" é, sem possibilidade de contestação, o livro mais revelador da alma e da íntima inquietação do autor de "A 25ª Hora".
Conforme as fotografias, o interior e exterior encontram-se em muito bom estado, sem sinais de uso. Contém assinatura de posse.