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MAIA (Joaquim José da Silva)
Memorias Historicas, Politicas E Filosoficas Da Revolução Do Porto Em Maio de 1828: E dos Emigrados Portuguezes Pela Hespanha, Inglaterra, França e Belgica. Obra posthuma de Joaquim José da Silva Maia
Rio de Janeiro, Typographia de Laemmert, 1841. Com 363-I págs. Encadernação da época, com lombada em pele.
Entre varios manuscriptos encontrados no espolio de meu fallecido Pae, veio ás minhas mãos em 1834, o que acabo de fazer imprimir debaixo do titulo de Memorias Historicas, Politicas e Filosoficas, &c., contendo hum interessante episodio da historia moderna de Portugal. A obra começada em Inglaterra em 1829, foi concluida nesta Cidade no fim do seguinte anno; cheia de interesse pelo que toca aos actos daquelle tempo, parece hoje de pouca monta, quando mais afastados daquella época os sofrimentos se tem arrefecido com a victoria que alcançarão depois os Constitucionaes Portuguezes contra a usurpação; e por isso muita gente pensará, que eu foi guiado, publicando estas Memorias, por motivos pessoaes e não por amor do publico. Nesta conjunctura devo dizer o meu pensamento a este respeito: não occultarei, que fui levado pela ideia de pagar hum tributo á memoria de meu Pae, publicando o seu escripto, tal qual elle o compôz, sem a menor alteração, porque nisso mesmo quiz dar huma prova de todo o meu respeito e amor filial; mas em grande parte tive em vista o interesse da historia moderna de Portugal, tão connexo com a nossa situação politica pelos laços que nos ligão áquelle povo nosso progenitor, como tambem pela feliz casualidade, de serem regidos os dous Estados (Brasil e Portugal) por dous filhos do inclito Fundador do nosso Imperio (...) retirado do Prefacio do Editor.
PRIMEIRA e ÚNICA EDIÇÃO desta importante obra sobre a Revolução de 1828. O autor, nascido no Porto, viveu na Bahia como comerciante, servindo também como Capitão de milícias e Vereador da Câmara até pouco depois da declaração da independência, regressando depois a Portugal. Na Bahia publicou o Seminário cívico, do qual teriam sido publicados 117 números de 1821 a 5 de junho de 1823, e A Sentinella Bahiense, do qual teriam sido publicados 15 números de 21 de junho a 7 de outubro de 1823. De De 1826 a 1828 publicou no Porto O Imparcial, defendendo a Carta Constitucional, mas ameaçado de perseguição, fugiu do país em 1828. No Rio de Janeiro seu Brasileiro imparcial, publicado de 1830 a 1831 (quando faleceu o autor), causou tantos mal-estares que suas cerimônias fúnebres foram interrompidas por manifestantes.Este livro parece ter sido escrito no exílio na Inglaterra e no Brasil entre 1829 e no Rio de Janeiro, 4 de dezembro de 1830, local e data do prefácio do autor. Seu filho, o médico Emilio Joaquim da Silva Maia, natural da Bahia, escreveu uma introdução, dirigida ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, datada de 19 de maio de 1841, seguida de um prefácio no qual afirma que o manuscrito de seu pai chegou ao seu posse em 1834.