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«Quando Gregor Samsa despertou uma manhã depois de um sono intranquilo, encontrou-se sobre a sua cama convertido num monstruoso insecto.»
Esta frase, que inicia A Metamorfose, é uma das mais conhecidas da literatura universal. Com ela, Kafka abre a porta ao mundo de Samsa, um trabalhador como qualquer outro que sofre a tragédia de se transformar num insecto da noite para o dia. A negação da aceitação dessa condição, o seu desejo de lutar contra ele, apesar das suas limitadas condições físicas levam-no a um estado de terrível angústia, levada ao extremo pela impotência perante o facto.
Através da história simbólica de Samsa, que decorre num clima de pesadelo em vigília, Kafka analisa a situação de marginalizado, vítima de permanente incomunicação. E explora um elemento constante em quase toda a sua obra: o totalitarismo da burocracia. Além, disso, evidencia o seu pessimismo face ao humano, o medo da perda da identidade humana e o abandono do instintivo. São questões actuais hoje em dia.
Os fantasmas que perseguem o escritor deram lugar ao adjectivo "kafkiano": tudo o que é absurdo, confuso, obscurecido por uma maquinaria formal ou que se enreda nas redes de burocracias, instituições e papéis.
A Metamorfose, tal como o resto da obra de Kafka, chega às nossas mãos graças a Max Bond, seu amigo que desobedeceu às ordens dadas pelo autor no sentido de destruir toda a obra do escritor checo, um dos clássicos da literatura.