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Toda a sua vida Ruth receara a morte pela água. Uma vez em pequena, quando se encontrava à beira-mar, com a espuma a cobrir-lhe os pés, sentira-se repleta de uma súbita sensação de terror, clara e afiada como a faca com que os pais cortavam o pão. A água afastava-se dela e voltava de novo com toda a força. As pedrinhas resvalavam-lhe debaixo dos pés.
Escorregadias. Frias. O chão cedia. Nunca esqueceria a pureza do seu pânico, o passo prematuro para a idade adulta, ao sentir aquilo de que não deveria ter tido consciência...No entanto, Ruth é a alma de uma família.
A sua força é a força de uma família que, de repente, se desmorona numa tarde de Verão, naquela fatídica viagem de barco no dia dos anos do seu filho...
O relacionamento fragilizado com o marido e o relacionamento com a jovem filha de 6 anos é cheio de intolerâncias e falta de compreensão,
transformando a sua vida numa espiral de culpa e de dor.
Ruth sentia-se dentro de um sistema atmosférico privado, no qual era continuamente empurrada e atingida pela dor da perda daqueles que mais amava, pelo frio intenso ao pensar no que se passaria a seguir, pelo degelo aquando da bondade dos outros, muitas vezes ensopada em recordações.
A situação torna-se ainda mais intrigante quando descobre pistas sobre a filha que pensava morta, e cada descoberta obriga-a a perceber que não conhecia a jovem que gerara havia 16 anos.
A busca leva-a não apenas a algumas respostas, mas à conclusão de que há poucas possibilidades de conhecermos perfeitamente aqueles que de quem gostamos e que normalmente magoamos aqueles que mais amamos...
A Cor da Esperança é a história inesquecível de uma família e da sua luta para recuperar a alegria do passado, para solidificar o amor entre eles e para, em conjunto, enfrentarem os desafios do futuro.
O tratamento dado pela autora ao dilema de Ruth e um enredo magistralmente ritmado fazem com que A Cor da Esperança seja um romance absorvente.