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É um livro entre o amor e a morte, os dois braços do homem — o amor que salva da morte, o amor que se constrói pela eterna proximidade da morte: "Somos todos sonâmbulos num mundo de gárgulas,/ funâmbulos no desenho dos caminhos, frágeis porções/ de movimento entregues ao perigo da predação./ (...) A incisão profunda da lâmina. A telúrica humidade/ do sémen. A noturna rendição dos corpos." O discurso poético deste livro sobrepõe-se a um tom bíblico de reflexão sobre a precariedade da vida face ao grande insuperável, a morte; enceta um diálogo consigo mesmo, com o outro do amor mas sobretudo com o outro morto, em absoluto, sobretudo com a figura materna, raiz desaparecida de si.