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21 x 15 cm; capa mole com badanas; 126 páginas
Lisboa, Colibri, Outubro 2016, 1ª Edição
"Madrid. Abril de 1616.
Enfermo, Miguel de Cervantes Y Saavedra repousa no seu leito de morte, no Convento da Ordem Terceira de São Francisco de Assis. Depois de os frades abandonarem os aposentos, o escritor é visitado por Dom Quixote de la Mancha, a quem há muito esperava. Conversam sobre temas como o amor, os sonhos e os ideais que ambos acalentaram, ao longo da vida. Este romance mescla factos históricos com elementos fictícios."
Excerto:
"A morte levou-me o companheiro que assomava àquela janela para cumprimentar a vida. Admirei-o pelo caráter e pela imaginação. Apesar da doença, viveu intensamente cada minuto, como se o espectro da morte o não afetasse. Antes de encomendar a alma a Deus, reconciliou-se com um velho amigo, o Conde de Lemos, Dom Pedro Fernández de Castro, a quem escreveu, no romance de aventuras Los trabajos de Persiles y Sigismunda, aquela que é a dedicatória mais singular e mais inolvidável que um homem pode compor: «O tempo é breve, as ânsias crescem, as esperanças minguam, e contudo levo a vida sobre o desejo que tenho de viver.»"
Excerto de prefácio:
"Vamos encontrá-lo, nas páginas iniciais deste livro de Natália Constâncio, internado na Venerável ordem Terceira de S. Francisco, nos últimos tempos de vida, quando Cervantes já se lamentava a alguém: «puesto ya el pie en el estribo…». O ambiente é-nos sugerido numa prosa nítida e fresca, algo circunstanciada, de modo quase a fazer-nos esquecer que se trata duma diegese ficcional. Um dos grandes poderes da literatura é precisamente esse: o de nos transportar, sem darmos por isso, ao foco, ou ao palco da acção."
Prefácio - Mário de Carvalho