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O novo livro de Pedro Paixão trata de uma curiosa relação: a do autor com uma mulher - Eva Stein - que lhe começou a enviar intrigantes cartas e postais que continham rápidas histórias, curiosos apontamentos, pensamentos isolados, estilhaços e fragmentos. Os envelopes tanto podiam conter uma dúzia de páginas como um só bilhete de autocarro com uma frase escrita no verso. De regresso de uma viagem esperava-o um postal. Desta vez não era dela, mas sim do namorado, que não sabia existir, e que lhe comunicava a morte de Eva aos 21 anos com um cancro no sistema linfático. Durante mês e meio, num estado febril que por vezes se aproximava de um transe, Pedro copiou, misturou, editou, completou, voltou a escrever o que ia lendo ao acaso das palavras. É-lhe agora impossível destrinçar o que pertence a Eva do que foi por ele acrescentado. Pouco importa. O resultado aí está. E a única pessoa cuja opinião deveras importava conhecer já não se pode encontrar em nenhum lado