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Somos pobres mas somos muitos convida-nos à suprema humildade de nos deixarmos totalmente para trás, de nos esvaziarmos de nós mesmos, de nos fazermos livres para abrigarmos em nós os muitos próximos que nos rodeiam. (…) Ergue-se assim uma só voz, que nos vai sendo partilhada numa sábia e maravilhosa conversa entre dois amigos, que jamais deixará de vibrar nas nossas consciências até nos fazermos ao caminho.
João Gil Pedreira
Ao ler Somos pobres mas somos muitos não se fica com a mínima dúvida de que os seus autores são da estirpe dos que escolhem caminhos de maior exigência. Eles sabem que o lugar de chegada é decisivo para a concretização do seu projecto de vida pessoal que «é ser gente com gente para que cada vez mais gente seja gente e nunca ninguém deixe de ser pessoa». Por isso, não são mornos nas questões que levantam e nas respostas que lhes procuram dar. Preferem "agitar as águas" a mantê-las estagnadas correndo o risco de se tornarem lodo fedorento.
Eugénio Fonseca
Sem temores ou tibiezas, cortando a direito, os autores avançam neste texto com perspectivas nem sempre consonantes, em diálogos, em inquietações, em descobertas que sabem a luta e exploração do (seu e nosso!) mundo interior. Para além da coragem de perguntar, de "dar nomes às coisas", de buscar pistas e sentidos nos caminhos - com e sem Deus -, há aqui a coragem de ser humilde e de aceitar que podem existir outras luzes distintas sobre a realidade reflectida.
Isabel Galriça Neto
"Nenhum outro tempo sentiu esta urgência como o tempo que é hoje; porque, definitivamente, hoje é o tempo de passar da lógica do poder à lógica do serviço; é o tempo de descalçar os sapatos prada e de voltar a calçar as sandálias do pescador, de passar da religião à fé, da sacramentalite à sacramentalidade, do orgulhosamente sós ao solidariamente com... da pompa e circunstância à essencialidade do «ser com»", dizem o Joaquim e o Fernando neste livro. E eu digo: "Ámen". José Manuel Pureza