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«Necessitamos de pequenas sérias reformas, que no contexto atual podem significar importantes ruturas. Precisamos de grandes ruturas que começam exatamente na recusa dos becos sem saída, na quebra dos muros!
O que não dá saída é continuarmos totalmente prisioneiros das premências e inevitabilidades do Memorando. Devíamos estar ocupados na análise do que nas últimas décadas fez e não fez o nosso capitalismo, sobre o que devia ter feito e sobre o que lhe devemos exigir com justiça, numa perspetiva reformista, enquanto procuramos alternativas a este sistema injusto.
Se a realidade é a pobreza e a opressão, há que romper o fatalismo e a inevitabilidade, buscando respostas emancipatórias, com criatividade e irreverência, introduzindo intensidade e dimensões à democracia. As alternativas hão de ser construídas com ideias novas, com pessoas inconformadas participando e exercendo cidadania, com jovens irreverentes, determinados e preparados e com a força organizada do movimento sindical e de movimentos sociais diversos, que não se submetam e que lutem pela transformação da sociedade, com forças políticas ativas que recusem a "inevitabilidade" e o empobrecimento como solução.
[…] Não é admissível que se assista ao sofrimento dos trabalhadores e do povo pensando e agindo com tacticismos políticos. Há que definir objetivos, prioridades e formas de intervenção, e trabalhar convergências. Estamos numa situação de exceção, de grande exigência de ação cívica e política, de posturas humildes mas determinadas, de mobilização solidária, democrática e progressista para a construção de denominadores comuns, que sustentem caminhos alternativos de justiça e de salvaguarda da democracia.»