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Le Livre de Poche, coleção “biblio/romans”, n.º 3273; brochado (poche), cerca de 250 p.; 1.ª edição de bolso em francês em 1997, baseada no volume original alemão “Berthold. Ein Romanfragment und andere Prosa”
O livro reúne seis narrativas escritas entre 1908 e 1922, período em que Hesse descobre tanto a psicanálise como a espiritualidade oriental, e experimenta as duas no laboratório dos seus heróis inquietos.
As cinco primeiras histórias seguem o itinerário de cinco homens – um seminarista, um estudante, um aprendiz, um jovem professor, um artista – que procuram libertar‑se da educação burguesa e cristã herdada dos pais.
No texto que dá título ao volume, “Berthold”, um jovem destinado a ser teólogo entra em ruptura com o pai e com a disciplina do seminário, lançando‑se numa busca romântica de autenticidade que o conduz tanto à exaltação mística como à melancolia e ao desencanto.
As outras narrativas mostram variações desse mesmo conflito: o aluno que abandona os estudos clássicos para seguir a música, o aprendiz que foge do ofício, o adulto que não suporta o emprego e o casamento “corretos” e tenta recomeçar do zero – figuras de pré‑hippies, diria a crítica, que antecipam temas de “Demian” e “O Lobo da Estepe”.
O conjunto funciona como radiografia da juventude rebelde antes de 1914: Hesse mostra o choque entre o ideal interior (arte, religião, liberdade) e a máquina social que exige carreira, família, obediência, já com ecos de crítica à civilização que se verá mais tarde em “Sidarta” e “O Jogo das Contas de Vidro”
4.5/5