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Autor: Fernando Correia; prefácio de José Antunes de Sousa.
Edição: Lisboa, Sete Caminhos – Produções Editoriais, 1.ª edição, 2006; coleção Livro de Honra; brochado, in‑8º, 131 p., com cadernos de fotografias
O livro nasce de uma série de conversas que Fernando Correia manteve com Natália Correia nos últimos anos de vida, registando‑a “de alma aberta”: sem filtros, entre o humor, a melancolia e a veemência que marcaram a sua figura pública.
A narrativa acompanha a infância açoriana, a chegada a Lisboa, o trabalho editorial e livreiro, a militância contra a ditadura, o papel central na vida cultural da década de 60 (o Botequim, as tertúlias, a censura e os processos em tribunal), bem como a intervenção parlamentar depois do 25 de Abril.
Entre recordações de família, episódios amorosos, polémicas literárias e rixas políticas, Natália reflete sobre erotismo, religião, papel da mulher, liberdade de expressão e a vocação cosmopolita da cultura portuguesa, articulando essas memórias com a leitura que faz da própria obra – poesia, teatro, ensaio – como um todo coerente de “revolução interior”.
O resultado é um retrato vivo, por vezes contraditório, de uma autora que reivindica o direito ao excesso e à discordância, e que relê a sua trajetória como combate permanente contra puritanismos, autoritarismos e provincianismos vários.
4.5/5