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Publicado pela primeira vez em 1879, o livro reúne poemas em que a “musa” do autor se desobriga da solenidade épica e se permite férias entre idílios campestres, sátiras políticas e peças de humor corrosivo.
Nos idílios, Junqueiro descreve paisagens, amores simples, figuras de aldeia e cenas familiares, num tom musical, de forte imagética, que levou Teixeira de Pascoaes a chamá‑lo “grande músico do verso”.
Nas sátiras, a voz torna‑se incendiária: atacam‑se a hipocrisia clerical, o conservadorismo da monarquia, o atraso do país, combinando retórica oratória, ironia e imagens quase caricaturais; é aqui que se consolida a fama de Junqueiro como poeta panfletário.
O volume articula assim duas faces de uma mesma sensibilidade romântico‑realista: um lirismo panteísta, que vê o divino na natureza e no povo, e uma raiva moral contra instituições que, na perspetiva do autor, traem esse fundo espiritual.