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Lisboa, Parceria António Maria Pereira – Livraria Editora, 10.ª edição, 1944; in‑8º (c. 19 x 13 cm), cerca de 125–130 p., brochado.
Publicado originalmente em 1892, o livro marca a viragem de Junqueiro de poeta satírico e anticlerical para poeta lírico dos pobres e da natureza.
Os poemas percorrem aldeias, eiras ao luar, serras, moinhos, caminhos de romaria; figuras como o pobrezinho, a moleirinha, o lavrador trigueiro, a pastorinha surgem glorificados num registo que mistura piedade cristã, panteísmo e um sentimento de comunhão cósmica.
A linguagem trabalha imagens fortemente visuais – o castanheiro que aquece velhos lavradores, as medas de pão e lua, a vaquinha diante da manjedoura – com musicalidade de refrão popular, aproximando poesia erudita e tradição oral.
É, em muitos estudos, o livro onde Junqueiro “arruma as armas” da polémica para construir uma mística dos humildes, vendo nos simples uma espécie de reserva moral e espiritual do país.
3/5