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A Arte de Perder devolve-nos a imensa obra de Helga Moreira, há muito tempo indisponível nas livrarias, numa colectânea que reúne uma vasta selecção de poemas feita a partir de oito dos seus livros, incluindo ainda poemas novos, até agora inéditos.
«Dias iguais aos outros e dias fulgurantes sucedem- -se nos poemas breves e intensos de Helga Moreira. O tom lírico, quase íntimo, mas esquivo, ‘de mim de verdade nada digo’, recusa o fingimento e a astúcia. É um tom ‘menor’, minimal-quotidiano, com menos factos do que indícios, gestos, aromas, pequenos na das. Em poucas palavras, com uma pontuação severa e um ritmo entrecortado, os poemas deste volume seguem o exemplo de Elizabeth Bishop: a perda e o engenho, o tumulto controlado, amoroso ou de ou tra natureza. Se o ambiente de ansiedade e astenia sugere uma quietude inquieta, também entrevemos excessos, súplicas e brancos sarcasmos. E uma mo déstia enunciativa conduz os poemas para ‘qualquer coisa de intermédio’, à beira do entusiasmo ou do desamparo.»
Pedro Mexia
Procuro emprego, qualquer um/que dê com o meu físico./ Estou mal de ver onde possa/empregar afinidades/sem contradições./Hoje estou de rapariga, amanhã/não sei./O ideal, penso, seria/não estar para nada/vocacionada e isso/depender apenas/dos dias.