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O extremo lirismo e profunda sensualidade de um amor que anula todas as fronteiras culturais.
Durante uns tempos partilhei o meu destino com uma rapariga que lia Charles Bulowsky em versão original. Aconteceu há tanto tempo que recordo cada segundo com uma precisão diabólica. Ela lia com o apoio de um dicionário Oxford; queria aprender inglês. Quando sorria parecia estar perdida no meio de um grupo de turistas escapados do inferno.
A rapariga cuja história trato de contar estudava numa universidade de Pequim e vinha do sul da China. Falava todas as línguas como os pássaros. Como os pássaros que, antes de morrer, sobem à copa mais alta do bosque e cantam a sua última canção.
Tinha a pele morena; os olhos. Cor de avelã selvagem.
Esta é a história dos nossos dias. Das nossas formas neuróticas de enfrentar a morte. Uma história sem importância. Um pequeno rasto de serpente no velho deserto das nossas vidas. A história de um ciclista atropelado por um camião que transporta mil toneladas de lágrimas.
Sinais de dobras na última página.