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"Cobra" é um texto triplamente iniciático: ao mundo fechado e alucinante da transsexualidade, ao universo ritualista do budismo e, principalmente, a uma estética barroca contemporânea.
Uma "troupe" mítica de mutantes, numa dilacerante busca de modelos impossíveis, através da Europa (Paris, Amesterdão), do Norte de África, da Índia e da América, vai tornar-se o cicerone dessa iniciação, ao transfigurar-se em verdadeiros arquétipos de um inconsciente civilizacional.
"Cobra" é uma obra de um estilo luxuriante, onde se sobrepõem imagens, espaços, tempos, em constante provocação ao leitor, num delírio de ambiências, descritas de forma quase pictórica, ondulando em registos que podem tocar as raias do escatológico ou do lirismo mais cristalino.