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Cesare Pavese, que muitos se obstinam em considerar um teimoso narrador realista, especializado em campos e periferias americanopiemontesas, revela-nos nestes Diálogos um novo aspecto do seu temperamento. Não há escritor autêntico que não tenha as suas luas, o seu capricho, a musa oculta, que de repente o induzem a tornar-se eremita. Pavese lembrou-se de quando andava na escola e do que lia nessa altura: lembrou-se dos livros que lê todos os dias, dos únicos livros que lê. Por um momento deixou de acreditar que o seu totem e tabu, os seus selvagens, os espíritos da vegetação, o assassínio ritual, a esfera mítica e o culto dos mortos, eram esquisitices inúteis, e tentou descobrir neles o segredo de algo que todos recordam, todos admiram de modo um tanto cansado e que encaram bocejando um sorriso. E assim nasceram estes Diálogos.