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Em 1952, a voz de André Breton entrava ao serão nos lares franceses pelas ondas da rádio. No rescaldo do seu regresso dos EUA, onde se refugiara até 1946, durante a invasão nazi do seu país, concedia ao jornalista André Parinaud, da RTF, as dezasseis entrevistas radiofónicas aqui reunidas, a par de outras dadas à imprensa mundial entre 1941 e 1952.
Nelas um inventor fala da sua invenção - o surrealismo como uma das aventuras mais fascinantes na marcha do tempo, que influenciou a literatura, as artes e a nossa visão do mundo -, reavivando-lhe a história, sopesando-lhe as muitas rupturas e aspirações, vicissitudes e figuras-chave, entre as quais Tristan Tzara, Paul Éluard e Louis Aragon.
Em plena Guerra Fria, quando a arte comprometida e as inquietações do tempo sufocavam a vida intelectual europeia e reivindicavam o monopólio da revolução social, sem deixar vir à tona formas emancipadoras de criação, André Breton defendia a actualidade, a pertinência e a vitalidade (e até a salutar necessidade) do surrealismo, contra quem ciclicamente lhe anunciava a morte e o hostilizava.
Sinais leves de uso na capa, assinatura e com sublinhados/anotações a lápis.