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eu: seis inconferências
Conferências Charles Eliot Norton 1952-1953
Proferidas em Harvard durante o ano lectivo de 1952/3, as seis inconferências de Cummings encontram-se agora disponíveis em tradução portuguesa. Num tom predominantemente autobiográfico, o autor revela quais os valores em que se fundamenta a sua 'retórica tipográfica'. Esses valores são ser e crescer, metáforas da 'autotranscendência', de um processo de 'autodescoberta' que, de acordo com a definição apresentada na inconferência cinco, consiste em 'morrer no tempo e renascer para a eternidade'. Neste eterno 'agora' só ocorrem verdades 'incomensuráveis', 'ilimitáveis' ou 'infinitas', 'sonhos', 'milagres', 'vida' e 'beleza', originados pelos 'mistérios' humanos como o amor, a arte e a religião. A defesa destes valores conduz o poeta à derrogação de outros, como 'executar', 'conhecer', 'acreditar' e 'pensar', actividades subordinadas às restrições do tempo. Neste 'quando' só existem factos 'mensuráveis', 'limitados' ou 'finitos', o 'muito', a 'quantidade', a 'morte', aceites pela 'maiorpartedaspessoas' como 'vida', 'amor', 'mundo' ou 'poesia' mas que, para Cummings, não passam de 'nãovida', 'desamor', 'nãomundo' ou 'impoesia'. Se o léxico assim poeticamente recriado constitui a expressão mais visível e divulgada deste processo de 'autodescoberta' da individualidade, as inconferências explicitam, por seu turno, os valores fundamentais subjacentes à escrita de Cummings.
Pontos amarelos no exterior de algumas páginas.