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Um arquitecto senta-se no banco da estação ferroviária de Santa Apolónia enquanto aguarda que chegue a hora de partir para o estrangeiro, após responder a um anúncio. Perdeu o emprego e no seu país não consegue encontrar alternativa, por isso aceitou um trabalho como carpinteiro numa propriedade agrícola localizada no hemisfério de baixo…
A tarefa para que foi contratado não envolve o desenho de edifícios, mas sim uma estranha sucessão de esculturas em sete pilares de madeira, numa comunidade onde cada um dos membros também foi obrigado a abandonar a sua forma de vida anterior e recomeçar do nada.
A odisseia de um desempregado dos tempos modernos. Enquanto isso há um segundo dilúvio em curso. Milhares de anos após a sua primeira operação de salvamento, Noé desiste de construir uma segunda Arca e percorre o planeta num dirigível, recolhendo os sobreviventes a quem irá permitir uma nova vida num pequeno país à beira do Atlântico.
«E Xavier não queria iludir-se com a palavra paraíso mais do que já estava a acontecer desde que descera do comboio para evitar desilusões, pois nada seria pior do que ter grandes expetativas para o que não deveria ser mais do que uma nova rotina de viver. Era belo, sim senhor. Era luminoso, era colorido, era suave. Era, sim senhor. Tudo o que poderia esperar da natureza a que regressava após tantos anos a amadurecer numa cidade.»