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Um jovem dinamarquês, Jann Hinrich Andresen (1826-1894), grumete de um veleiro que aporta na Ribeira para se abastecer, foge das iras do capitão e dá início a uma longa saga familiar e empresarial. Com 15 anos, numa terra estranha, sem dinheiro, sem amigos e sem entender a língua e os hábitos locais, é acolhido por um comerciante de Cima do Muro que o emprega como caixeiro.
Em pouco tempo, ganha a confiança do patrão, que forma com ele sociedade em 1845. Estabelece-se por conta própria meia dúzia de anos depois, naturaliza-se português e estende os negócios de navegação e de comércio geral à destilação e à moagem, aos vinhos e à tanoaria. Torna-se o maior armador e um dos mais ricos e influentes empresários do Porto.
Na década de 1880, no limiar da euforia da borracha amazónica, funda uma filial em Manaus e cria uma linha transatlântica de navegação a vapor, com ligações ao Brasil, Nova Iorque e Liverpool. A expansão da família acompanha o sucesso dos negócios.
A larga descendência gerada no Porto segue destinos diversos. Os filhos anteriores ao casamento são enviados para a ilha de Föhr, ao cuidado da irmã Gardina, emigrando depois para os EUA. Os outros filhos dão continuidade à empresa paterna e afirmam-se entre a elite portuense finissecular pela fortuna, estilo de vida e influência.