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É um romance a várias vozes. A voz prevalecente é a de Débora, a mulher do terrorista. Mas outras convivem com a sua e disputam, com ela, o lugar do narrador. A da mãe, que está a voltar de uma longa ausência. A do filho, que tem uma ligação com uma rapariga dez anos mais velha que ele. A do pai, que vai partir à conquista do céu da política. A do tio... Esse é o registo do romance familiar, que atravessa todo o livro. Outro registo é o da vertigem em que algumas personagens, portuguesas e contemporâneas, se relacionam com um "eldorado" renascido, África. E outro ainda é o dos ressurgimentos abruptos do passado - de vários passados - no que dizem, pensam e fazem criaturas do romance. De facto, A Mulher do Terrorista ocupa-se de afectos e de memória. Mais precisamente, ocupa-se do modo como as suas criaturas lidam com os afectos, e do trabalho que a memória nelas faz.