Sê o primeiro a adicionar este livro aos favoritos!
«Hegel anota algures que todos os grandes factos e personalidades da história universal acontecem, por assim dizer, duas vezes. Mas esqueceu-se de acrescentar: uma vez como tragédia e outra como farsa.» Eis a tragédia: em 18 de Brumário do ano VIII — 9 de Novembro de 1799 — Bonaparte derrubou o Directório com um golpe de Estado, tornando-se Primeiro Cônsul; depois a farsa: em 2 de Dezembro de 1851, o seu sobrinho, Louis Bonaparte, repetiu a operação. Como explicar a acção deste «Napoleão Menor»? O seu golpe de Estado foi, como disse Victor Hugo, um «crime em carne e osso» ou, pelo contrário, um avanço revolucionário, como afirmava Proudhon? A estas duas concepções Marx opõe uma história das condições de possibilidade da acção: «Procuro mostrar como a luta de classes criou em França as circunstâncias e o enquadramento que permitiram que um personagem medíocre e grotesco desempenhasse o papel do herói.»
Com o 18 de Brumário de Louis Bonaparte (1951-52), Karl Marx escreveu uma peça literária de grande alcance teórico capaz de contar a História, a Política e a Sociedade a partir de um único evento localizado no espaço e no tempo.