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Partindo dos debates entre proteccionistas e livre-cambistas em torno da questão vinhateira, o livro O Alto Douro entre o livre-cambismo e o proteccionismo centra-se na análise do jogo de interesses entre produção e o comércio e entre o Douro e as outras regiões vitícolas portuguesas, buscando perceber a evolução das políticas de regulação e intervenção do Estado no sector do vinho do Porto entre 1852 e 1932, ou seja, entre as primeiras medidas de liberalização do fontismo e a estruturação do modelo corporativo. Presta-se especial atenção às consequências da legislação liberal de 1865 emergência de reivindicações pelo regresso a um regime proteccionista para a Região Duriense e à acção do Estado face à crise comercial do sector, a partir da década de 1880. Embora a literatura histórica sobre o Douro e o Vinho do Porto estabeleça, consensualmente, um período de liberdade de comércio entre 1865 e 1907, procura demonstrar aqui que o Estado nunca seguiu uma política totalmente livre-cambista, não só pelo intenso debate sectorial e regional, mas também pelo peso que o sector vitivinícola detinha na balança comercial portuguesa. Neste contexto, pretende-se ainda conhecer o grau de influência das elites durienses no regresso às modalidades proteccionistas de intervenção do Estado na economia duriense.