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Villarreal de la Mar, uma das quatro cidades imaginárias de Gonzalo Torrente Ballester, situada no “finisterra” da Europa, ou seja, na Galiza. Anos quarenta, Segunda Guerra Mundial, ou antes – porque mais marcante no romance – pós-guerra civil espanhola.
Este romance “quase cor-de-rosa” conta-nos a história do encontro, embate ou cruzamento, conforme se queira, entre a cidade e duas jovens forasteiras, filhas de um capitão-de-mar-e-guerra fuzilado pelos franquistas, que a ela arribam procurando (re)fazer as suas vidas.
Uma, Cristina, é moderna, independente, “de carácter”, mais de quebrar que torcer. A outra, Chon, é simples, casadoira e gordota.
O romance é inteiramente dominado pelas mulheres, que põem, dispõem e compõem a seu belo prazer, mexendo os cordelinhos de toda a cidade. Os homens são fuzilados de guerra, como o pai de Chon Recalde; almirantes na reserva como o avô; títeres nas mãos das mães e das noivas ou dirigidos pelas irmãs; ou marinheiros frustrados.
Romance “quase cor-de-rosa”, mas que, através da suave ironia perpassada de resignação do narrador, nos dá um impressionante retrato da condição feminina em épocas muito difíceis, com toda a mestria daquele que é, sem dúvida, um dos melhores narradores espanhóis deste século.