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Depois de Itália e França, a Editorial Presença prossegue a publicação de O Espelho Que Foge, de Giovanni Papini, mais um volume da colecção de culto «A BIBLIOTECA DE BABEL». Idealizada por Franco Maria Ricci, editor conhecido por edições de luxo, autênticas obras de arte sustentadas por critérios rigorosos e apurados, a intenção de estender um convite a Jorge Luis Borges para dirigir uma colecção de obras fantásticas e de terror, materializou-se num encontro em Buenos Aires. Borges recebeu-o numa biblioteca afirmando «este é o centro do Labirinto e eu sou o Minotauro que espera a chegada de Teseu, para me matar ou para me salvar». Criada em 1970 especialmente a pensar em Borges para a dirigir, «A BIBLIOTECA DE BABEL» consiste num formato de livros pequenos, pouco volumosos, com contos de vários escritores, seleccionados e prefaciados por Borges, sendo a única vez que o escritor argentino aceitou o desafio de organizar textos de autores alheios. A nível de produção gráfica, Franco Maria Ricci, que já havia sido designer, primou por apresentar edições de requinte impressas em papel especial, onde o cuidado pelo pormenor não foi deixado ao acaso. Em Portugal, a Presença reproduz fielmente as edições originais.
O italiano Giovanni Papini terá sido, na opinião de Franco Maria Ricci, um escritor "injustamente esquecido", lido com alguns preconceitos. Poeta, dramaturgo e ensaísta, Papini viveu uma adolescência solitária e marginal, refugiando-se na literatura, contribuindo para o seu engrandecimento com textos de elevada qualidade, tanto de ficção como no campo da não-ficção. Em O Espelho que Foge foca a inexorabilidade do tempo e a brevidade da vida. Como o próprio título indica, o indivíduo reconhece a sua identidade no espelho e essa projecção de si mesmo fá-lo pensar e reconhecer não só as mutações que se operam em si, mas também à sua volta.