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Neste segundo volume da trilogia «O Romance de Nostradamus», o Profeta vive os seus anos de maturidade, quando, pouco a pouco, acede ao domínio do dom que possui. O registo em que o quadro da sua vida decorre mudou em grande medida. A Inquisição perde influência, enquanto os Jesuítas ganham importância. O alvo a abater é agora constituído pelas novas correntes de pensamento, no seio da Cristandade, em oposição à ortodoxia de Roma. Molinas está morto, embora nem por isso Nostradamus deixe de ser alvo de perseguições. É uma época perturbada em que se agitam e conspiram personagens como Catarina de Médicis, Henrique II de França, Lorenzaccio, Inácio de Loiolla e o Papa Paulo III, entre muitos outros personagens que fizeram história. Mas o grande inimigo de Nostradamus é o mago que vagueia por outras esferas arrastando consigo a ameaça de cataclismos inenarráveis. Criador de mundos, Ulrico é, à sua maneira, o símbolo do cientismo actual, que pressupõe uma ordem cósmica fundamentada no número, uma ordem solar, bélica, exclusivamente masculina e mecanizada. Nostradamus é forçado a enfrentá-lo, com o apoio da extraordinária Jumelle, sua segunda mulher, em defesa do mundo humanizado e livre com que sonha, assente na harmonia e na complementaridade do masculino e do feminino, geradoras da força mais poderosa do universo: o Amor. Este romance é um verdadeiro teatro de actores, contundente, agitado, dramático, humorístico, patético, em que a maravilha e o horror se sucedem com uma dinâmica surpreendente e vertiginosa.