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Romance de auto-ficção sobre o luto de uma filha após a morte do pai marca a estreia em Portugal da escritora Natalia Timerman. Livro do ano no Brasil para a revista Quatro cinco um. Enquanto aguarda um voo para ir ter com os filhos e o marido, Natalia cruza-se no aeroporto com o médico de cuidados paliativos que acompanhou o seu pai nos últimos tempos de vida. Este encontro inesperado desencadeia o fio de memórias, o caminho do luto, o assombro do tempo, a saudade. Artur, o pai, ressurge perante a filha e perante nós, no seu declínio, mas sobretudo na força da sua existência e nas marcas que deixou nos filhos, na esposa, nos netos.
Apesar da dor, As Pequenas Chances é um romance devoto à beleza e à ternura. E, apesar da morte, esta é uma história sobre vida, sobre estarmos aqui, mais sobre o que fica do que sobre o que passa. «A morte me diz que não há mais abraço de pai, que nunca mais haverá; a morte é a morte do cheiro, nunca mais, da presença, do tempo. A morte sussurra o não, minha insuficiência; embora tenha sido tanto, foi tão pouco, pai. É sempre tão pouco perto do nunca mais.»