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"O rei morreu! Viva o rei!"
Estava-se no Inverno de 1314 e rapidamente a notícia chega até aos cantos mais recônditos de França para criar um período de expectativas inquietantes. Por incrível que pudesse parecer, Filipe, o Belo, o Rei de Ferro, estava morto. Quase três décadas de governo firme e eficaz chegavam abruptamente ao fim, sem que ninguém se atrevesse a apostar que Luís de Navarra, o herdeiro, fosse capaz de estar à altura da tarefa que o destino lhe havia atribuído. De temperamento instável e fraca inteligência Luís X, o Teimoso, haveria de enfrentar uma época marcada pelas suas próprias fraquezas e pelas lutas turbulentas de poder geradas pelo vazio de autoridade deixado pelo seu pai.
Na corte, tanto o conde Carlos de Valois, irmão do rei morto, como Enguerrand de Marigny, primeiro-ministro e conselheiro real lançaram-se numa disputa para controlar os desígnios de França, com evidente menosprezo pela soberania assumida pelo débil monarca. Neste jogo de intrigas e traições, Luís, o Teimoso, deverá também resolver a sua relação com Margarida de Borgonha: a mulher que permanece presa num calabouço sujo acusada de adultério e que na qualidade de rainha legítima ameaça transformar-se num grave perigo para os seus interesses políticos.