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Analisa-se neste livro a relação entre trabalho produtivo e acumulação de capital desde a época do mercantilismo. Parte-se da hipótese de que não é a forma material ou imaterial do produto do trabalho que determina se este é ou não produtivo, mas a função que ele desempenha no processo global de acumulação de capital. O capital é concebido como uma relação de produção em que trabalhadores assalariados produzem uma mais-valia para os proprietários dos meios de produção, que não se limitam a consumi-la improdutivamente, mas a reinvesti-la periodicamente no processo produtivo.
Pretendendo demonstrar que com o desenvolvimento do capitalismo a esfera do trabalho produtivo se alarga para além do processo de produção material -- porque a ciência se transforma numa força produtiva e, por conseguinte, num instrumento de valorização do capital --, afirma-se também que a revolução cibernética converte uma parte crescente do trabalho intelectual em trabalho produtivo. No entanto, como a desigualdade na repartição de rendimentos não parou de aumentar desde os anos oitenta do século passado, estas transformações tecnológicas não contribuíram para a melhoria das condições de existência de todos mas apenas para o incremento do sobre trabalho que sustenta a acumulação de capital.
Embora possa ser lido autonomamente, Trabalho produtivo e acumulação de capital completa uma trilogia iniciada com os ensaios O Luxo na Formação do Capitalismo e Inquérito ao Capitalismo Realmente Existente, publicados, respetivamente, em 2005 e 2009, também nas Edições Afrontamento.