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Livro de contos, que constitui a estreia literária de Rebecca Miller (n. 1962, filha do escritor Arthur Miller), e o jornal Washington Post classificou como o melhor livro de 2001. São sete histórias, quase todas retratos de mulheres de meia idade, histórias que acabam por se ligarem entre si, completando-se. “Rebecca Miller é uma ficcionista ágil, veloz, como diz o título do livro. Neste caso, contos elaborados com uma lucidez quase cirúrgica, objectivos e visuais. Sobretudo luminosos, apesar de abrigarem recantos sombrios e sufocantes, habitados por mulheres devastadas pela solidão; mulheres desesperadas frente à vida sem sentido que levam, seguindo uma rotina que em tudo as diminui e destrói. Mas a escritora vai mais longe, quando desce até ao fundo da insatisfeita sexualidade feminina, ou mesmo da infidelidade, por onde tantas mulheres tentam escapar ao seu quotidiano desértico. Algemadas a um permanente sentimento de culpa, a par de uma insaciedade voraz, de quem deseja sair a voar da mediocridade que sempre lhe foi exigida.
[...] Revelador, brilhante e por vezes erótico, Velocidade Pessoal consegue surpreender até ao fim. Desde o início prendendo o leitor a desenrolares imprevistos, que acabam por o conduzir de respiração suspensa, até desfechos inesperados, prefiro dizer desconcertantes, de sensualidades meio encobertas, facetadas, esquivas. Como escreveu o New York Times, Rebecca Miller é «uma escritora de muito talento», a propor-nos rupturas. Pouco disposta (creio) a encostar-se ao sistema, o que passaria por ter de escolher outra espécie de temas, por certo banais e fáceis, para histórias politicamente correctas, logo menos interessantes, menos vorazes, do que aquelas que agora são traduzidas entre nós. A mostrar-nos de forma contundente e inequívoca a aridez da existência de inúmeras americanas dos nossos dias.”
Maria Teresa Horta, Diário de Notícias