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Nascido em 1799, René Caillié embarcou para o Senegal com dezassete anos de idade. Morreu em 1838, em consequência do esgotamento e das doenças contraídas no decurso da sua viagem.
A sua viagem africana de 1824 a 1828, de caravana em caravana, disfarçado de árabe convertido ao Islamismo e praticando-o escrupulosamente, fez dele uma lenda. Mas não se conhece quase nada da realidade quotidiana, tal como ela é descrita no seu diário Voyage à Tombouctou et à Jenné, cuja primeira edição de 1830 é retomada quase integralmente nesta obra.
Esta constitui um quadro ímpar das sociedades árabes e africanas ainda em toda a sua soberania, das mudanças de civilizações através do Sara, do Magrebe à África Negra, no início do século XIX, antes da penetração colonial europeia.
Através destas páginas recheadas de observações de todo o tipo,aparece o retrato deste jovem de origem operária,humilde e obstinado,ainda totalmente impregnado da sede de conhecimento do Século das Luzes,que vive na abnegação uma verdadeira ascese:um viajante muito diferente da lenda obscura que fez dele uma espécie de herói nacional percursor da conquista.
Publicações Europa-América apresenta o segundo volume de Viagem a Tombuctu, o relato memorável de um dos exploradores que aproximou a África da Europa e que permaneceu para sempre como um dos mais belos livros de viagens.