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Na mesa-de-cabeceira do seu quarto, Clara tem um álbum que é uma espécie de fronteira a separar o passado do presente, e a comprometer o futuro num jogo de dores (“no corpo e na alma”) na sequência de um acidente que a ia vitimando fatalmente ao completar quinze anos.
Ao sair do hospital em cadeira de rodas, transfigurada, diminuída intelectual e fisicamente, Clara vai ter de enfrentar os colegas da escola, os amigos que julgava sinceros, os namorados que pensava eternos, os professores, os pais, os vizinhos…
Esses confrontos, mais a revolta, a incerteza, a dúvida (a entrelaçar na malha complicada dos afectos a perturbação e o medo, com a heroicidade), o desafio e o esforço constantes, para que o antes e o depois se juntem à matriz primeira e tragam aos dias instantes de felicidade, são nestas páginas admiravelmente contadas, levando o leitor a participar da vontade e da personalidade contagiante da personagem.