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Raquel Rocheta tinha tudo para ter uma vida de sonho. Era jovem, bonita, modelo de sucesso, apresentadora de televisão... Quando assume publicamente o seu amor por Carlos Cruz, um homem adorado na época pelos portugueses, Raquel passa a ser uma das mulheres mais famosas de Portugal e entra num mundo digno de contos de fadas: um universo onde nada faltava, feito de viagens românticas um pouco por todo o mundo, de um casamento idílico na Tailândia, de casas luxuosas, carros potentes e compras nas melhores lojas de Paris e Nova Iorque. Raquel partilhava a vida com o homem da sua vida, um amor que parecia para sempre...
Em 2002, quando rebenta o processo Casa Pia, o sonho transforma-se em pesadelo ao ver o homem que amava ser apontado como um dos principais acusados de um dos casos mais mediáticos dos últimos anos. Carlos Cruz é detido quando a sua filha tem, apenas onze meses, e Raquel vê-se sozinha, sem marido, com um bebé nos braços perante tamanha adversidade...
«Neste livro proponho contar-vos a minha história. Deitar cá para fora, tão completa e livremente quanto conseguir, o que se passou no meu íntimo. Após a mais madura reflexão, decidi que chegou a hora de desenrolar alguns acontecimentos que me marcaram, as minhas alegrias, problemas, tristezas, desejos, projectos, impressões vitais. (...) Alguns dirão que a minha vida foi trivial e que, portanto, não é digna de ser escrita. (...) Outros, ainda, dirão que o único interesse deste livro reside no processo Casa Pia e na minha ligação ao Carlos Cruz. Talvez tenham razão, esses, porque é certamente verdade que a minha alegria de mulher apaixonada se desmoronou, que a minha vida, até há pouco tempo, estava quase esvaziada de sentido, não fosse a minha filha Mariana ter-me sempre transmitido forças para conservar os meus sonhos intactos e a minha desgraça seria ainda mais incalculável. (...) E no entanto, quem me dera que as coisas se tivessem passado de forma um pouco diferente, que nada daquilo tivesse acontecido e que, por exemplo, a minha filha pudesse viver sem o estigma terrível que é ter um pai acusado de pedofilia. Quem me dera que as pessoas só me julgassem depois de me conhecerem melhor, que vissem as coisas como são e não como parecem. Quem me dera não ter sofrido na cara, da pior maneira possível, a aleivosia, a deslealdade e a desilusão. Reparem, não peço que tenham simpatia por mim, quero apenas que não me encerrem numa identidade que não é a minha. (...)»